Barbie
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Greta Gerwig reinventa o ícone pop da Barbie, trazendo para as telonas um filme que vai muito além de um simples entretenimento. Estrelado por Margot Robbie e Ryan Gosling, “Barbie” se desdobra em uma poderosa análise da condição feminina nos dias de hoje.

O figurino, assinado por Jaqueline Durran, desempenha um papel crucial na narrativa, destacando a evolução da protagonista e seu rompimento com estereótipos. As roupas exuberantes e cheias de estilo, que variam entre décadas, são uma celebração da liberdade e autonomia feminina. Robbie, trajando peças icônicas da Barbie, desde macacões vintage até vestidos extravagantes dos anos 90, torna-se a personificação viva da boneca, ao mesmo tempo em que quebra paradigmas e redefine o que significa ser uma “Barbie” nos dias atuais.

A produção do cenário de “Barbie” é um espetáculo à parte. A equipe de design, liderada por Sarah Greenwood e Katie Spencer, construiu um universo cor-de-rosa e onírico, transportando o público diretamente para a Barbieland. Os cenários, inspirados na estética modernista de Palm Springs, são repletos de detalhes que remetem ao universo da boneca, mas também trazem críticas sutis e inteligentes sobre a sociedade e as expectativas em relação às mulheres. O filme brinca com a falta de portas na Dreamhouse, uma escolha estética que tem um significado mais profundo, destacando a constante vigilância e a pressão para a perfeição que recaem sobre as mulheres.

A trilha sonora de “Barbie” é um capítulo à parte. Com uma mistura de pop vibrante e baladas introspectivas, a música acompanha a jornada da protagonista, refletindo suas lutas internas e conquistas. Artistas como Lizzo, Billie Eilish e Sam Smith emprestam suas vozes para contar essa história, criando um fundo sonoro que é tão empoderador quanto a própria Barbie.

Greta Gerwig conseguiu transformar uma simples boneca em um símbolo de força e resiliência feminina. O filme explora temas como envelhecimento, machismo e autoaceitação, incentivando as mulheres a abraçarem a si mesmas em todas as suas formas e idades. A interação da Barbie com uma mulher mais velha, vivida pela renomada figurinista Ann Roth, é um dos momentos mais poderosos do filme, desafiando as noções tradicionais de beleza e valorização da juventude.

A performance de Ryan Gosling como Ken é um estudo interessante sobre a masculinidade e as expectativas sociais impostas aos homens. O personagem é retratado com uma dose de ironia, destacando a superficialidade e a falta de autoconhecimento que muitas vezes caracterizam os estereótipos masculinos.

“Barbie” é, sem dúvida, um filme para todas as idades e gêneros. Ele convida o público a refletir sobre as pressões sociais, a importância da autoaceitação e o poder da feminilidade. Greta Gerwig não apenas redefiniu o que significa ser uma “Barbie” nos dias de hoje, mas também criou um filme que é uma verdadeira celebração da mulher e de sua capacidade de superação e empoderamento.

Enquanto alguns podem não entender ou até mesmo rejeitar a mensagem do filme, “Barbie” se destaca como um manifesto feminista, encorajando as mulheres a questionarem as expectativas da sociedade e a abraçarem sua verdadeira essência. O filme é um convite à reflexão e à mudança, provando que até mesmo uma boneca Barbie pode ser uma poderosa ferramenta de transformação social.