Killers of the Flower Moon
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“Os Assassinos da Lua das Flores” é uma verdadeira jornada ao passado americano, guiada pelas mãos habilidosas de Martin Scorsese, um cineasta que tem a capacidade de transformar histórias reais em épicos cinematográficos arrebatadores. Este filme, baseado nos eventos trágicos que se abateram sobre a nação Osage na década de 1920, não é exceção à regra e promete deixar o público atônito com sua narrativa crua e visceral.

Scorsese consegue, com maestria, desenrolar a trama que envolve riqueza inesperada, poder, ganância e uma brutalidade racial que mancha a história americana. A descoberta de petróleo nas terras da nação Osage trouxe uma prosperidade sem precedentes para a comunidade indígena, mas também atraiu olhares cobiçosos e corações corruptos.

O elenco estelar do filme é liderado por Leonardo DiCaprio e Robert De Niro, que interpretam, respectivamente, Ernest Burkhart e “Rei” William Hale. DiCaprio oferece uma atuação que, embora não atinja o auge de sua carreira, ainda consegue transmitir a complexidade de seu personagem, um homem dividido entre o amor e a cobiça. De Niro, por outro lado, está impecável como o manipulador Hale, um homem cuja falsa benevolência esconde uma alma obscura e perversa.

Lily Gladstone, que interpreta Mollie, entrega uma atuação sublime, conseguindo retratar a força e a vulnerabilidade de sua personagem com igual habilidade. Sua presença em tela é magnética e ela se destaca como um dos pontos altos do filme.

No entanto, apesar das atuações memoráveis e da direção segura de Scorsese, o filme não está isento de falhas. Sua duração extensa, de quase três horas e meia, e algumas escolhas de edição questionáveis podem deixar o público se sentindo exausto e confuso em determinados momentos. Além disso, a narrativa tende a se concentrar excessivamente nos personagens brancos, deixando a comunidade Osage e sua luta por justiça em segundo plano.

Visualmente, “Os Assassinos da Lua das Flores” é um deleite, com uma fotografia elegante e uma recriação de época impecável. A trilha sonora de Robbie Robertson complementa perfeitamente o clima do filme, envolvendo o público na atmosfera da época.

Em resumo, “Os Assassinos da Lua das Flores” é um filme poderoso e emocionante, que destaca um capítulo sombrio da história americana. Apesar de suas falhas, é uma obra que merece ser vista, refletida e discutida. Scorsese, mais uma vez, prova que é um mestre em contar histórias complexas e multifacetadas, mesmo que o resultado final não seja perfeito. O filme está em cartaz nos cinemas agora e é uma experiência cinematográfica que não deve ser perdida.