Once Upon a Time in... Hollywood (2019)
Argumento Original, bem à TarantinoUma história um pouco diferente do que estamos à espera, mas que continua a ser Tarantino
Para percebermos bem o filme, temos que estar familiarizados com o episódio de Sharon Tate e os capangas de Charles MansonFilme poderia ter sido um pouco mais curto
8.5Muito Bom

Once Upon a Time … in Holywood é o nono filme a ser realizado por Quentin Tarantino, homem que dispensa de apresentações sendo um dos melhores realizadores de todos os tempos, aliado ao seu enorme sucesso comercial. E atenção que muitas vezes o que acontece com pessoas do calibre dele é a falta de sucesso comercial, que só é atingido anos mais tarde quando o público compreende melhor a visão do realizador. Felizmente, não é o caso.

A história do filme passa-se nos anos 60, em Los Angeles, e tal como o Sacanas sem Lei , apresenta-nos aqui uma versão alternativa dos factos históricos, através de um universo semi-ficcional. Mas onde os Sacanas nos contavam uma história sobre a Segunda Guerra Mundial, aqui é nos contado uma versão alternativa sobre o assassinato de Sharon Tate (mulher do realizador Roman Polanski), por mão dos capangas de Charles Manson.

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Os protagonistas no filme são Rick Dalton (Leonardo DiCaprio), como um ator numa fase mais decadente da sua carreira, com dificuldade em conseguir papeis que validem o seu status de ator merecedor de papéis de protagonista. Cliff Booth (Brad Pitt) é o duplo de Rick Dalton, e o seu assistente pessoal, nesta sua fase mais decadente da sua carreira . Sharon Tate (Margot Robbie) é vizinha de Rick Dalton, casada com Roman Polanski. O filme conta ainda com pequenos papéis de Al Pacino e Kurt Russel, que é daquelas coisas que serve como prova do pedigree de quem estamos a falar, porque não é qualquer um que consegue o Al Pacino para um papel daqueles, o homem que participou no que é para muitos, o melhor filme de todo o sempre (Godfather). Vale a pena mencionar ainda que esta é a primeira longa-metragem que junta Brad Pitt com Leonardo DiCaprio, e  excusado será dizer que todos estiveram fenomenais neste filme, como já era de esperar.

Eu gostei muito do filme, e achei que fosse como uma espécie de brisa de ar fresco, no meio de uma temporada de filmes a promover testosterona. O filme teve ação, mas teve ação muito contida, até explodir no final. A melhor maneira de eu explicar isto é assim: É como se eu fosse sair com uma miúda e quisesse passar à parte dos beijos antes de pagar o jantar, coisa que o filme não fez, ou seja o filme foi sempre com calma (através daquele diálogo excelente que já é uma espécie de assinatura de autor) até que no fim teve o final bem à moda do Tarantino.

Por isso, se está à procura de ver um Kill Bill, vai sair um bocado desiludido, mas quiser ver um bom filme, repleto de diálogo inteligente, cheio de referências de cinematográficas sobre filmes dos anos 60, então acredito que vai sair satisfeito.

 

Once Upon a Time … in Holywood  já está nas salas Portuguesas.