A segunda temporada de Jessica Jones incide sobre as questões que foram deixadas em aberto na primeira temporada, nomeadamente, sobre o surgimento dos seus poderes.
As representações estão muito boas, provando mais uma vez que a equipa de Casting da Marvel sabe o que está a fazer. Neste sentido, destaco o desempenho de Krystin Ritter (Jessica Jones) e de Eka Darville (Malcom Ducasse).
No entanto, Esta série deixa um pouco a desejar pela ausência de um verdadeiro antagonista: na primeira temporada, tivemos um excelente vilão (provavelmente um dos melhores no que diz respeito a séries de super-heróis), era um anti-heroi complexo,, que dava luta, mas, nesta temporada, se refletirmos um pouco, chegamos à conclusão de que o verdadeiro antagonismo se encontra nas circunstâncias trágicas da vida de Jessica. Consequentemente, temos episódios que são mais aborrecidos e monótonos, quando comparados com os da primeira temporada. A história desta fase poderia ter sido feita em paralelo com um vilão a sério (e acredito que tenham uma lista grande para escolher) e, se assim fosse, esta temporada revelar-se-ia melhor que a primeira.
Outro aspeto que não me convenceu foi a história de Trish Walker. Sem entrar em spoilers, sinto que a personagem de Trish Walker muda de personalidade da primeira para a segunda temporada, sem razão aparente (tirando o facto de quererem que ela ganhe um maior relevo na série, como podemos ver nos últimos segundos da primeira temporada).
Por último, ainda nos aspetos menos conseguidos, queria salientar a ausência de referências à última aparição de Jessica Jones, que foi nos Defenders. Ao longo de todas série, ainda não houve uma frase sequer sobre isso.
Mas nem tudo é mau: fiquei bastante satisfeito com as respostas que nos deram sobre o passado de Jessica e sinto que deram por concluída essa parte da série. Numa próxima temporada (que certamente existirá) vão certamente avançar com a história de Jessica libertando-a do passado e focando-se mais no presente.
Apreciei, também, a inclusão da personagem de Malcom Ducasse no lote das personagens principais. Era muito fácil tê-lo morto no fim da primeira temporada, mas a maneira como é reutilizado é fantástica e benéfica para a série.
Embora não seja tão boa como a primeira temporada, Jessica Jones continua a ser uma série muito boa, diferente das telenovelas da DC, na medida em que tenta ser sempre diferente e levar as personagens para novos horizontes e, por isso, diria que vale a pena.
Jessica Jones está disponível na Netflix.
Correção do texto: Diana Couto