A noite do dia 6 de dezembro (terça-feira) invadiu o Coliseu do Porto com a magia autêntica do espetáculo Disney in Concert .

O relógio marcava as 21.00 horas. Eram imensas as pessoas que chegavam para ver o que a Lisbon Film Orchestra lhes reservava. O coliseu estava decididamente repleto.

Aquela imagem com fundo azul representada na tela, aguardava pelas 21.30h para revelar a imensidão de um universo mágico.

Soou a afinação. O maestro Nuno de Sá dava início ao espetáculo através do vínculo que os seus gestos determinavam o que fazer perante os 55 músicos que constituíam a orquestra e apresentavam, mais uma vez, a Disney in Concert no coliseu do Porto.

A abertura decorria enquanto eram enunciadas diversas personagens, das quais nunca me esqueci. Todas as memórias fluíam ao som que cada instrumento libertava.

Após a abertura com diversos trechos de Clássicos da Disney seguia-se uma viagem à princesa do mar.

O tema Fora do Mar, enunciava o conto da ‘Pequena Sereia’, interpretado por Soraia Tavares que transmitia uma doçura e uma suavidade indeterminável, admitindo desde o início o papel da pequena Ariel através de cada movimento que executava.

A intensidade dos instrumentos fazia-se notar, algo estaria para chegar.

Do fundo das profundezas elevou-se o poder da terra. Estávamos perante ‘Pocahontas’.
Ana Margarida Encarnação interpretava Quantas Cores o Vento Tem, a sua força vocal levava o público a sorrir continuamente e a contemplar, não só uma voz calorosa como a apresentação da bela princesa exótica e do apaixonado inglês John Smith.
Olhei à minha volta e compreendi de imediato o quanto aquilo seria um reviver para muitos dos presentes naquela sala. As supressas do esplendor não estariam, de todo, no seu término.

A entrada do palácio estava livre. Todos os presentes na sala estariam na residência do temível Mostro. O apaixonado pela Bela. Aquele mesmo em que o amor vence e que quebra o feitiço.
A interpretação do primeiro tema contava com os quatro intérpretes numa dança alegre e encantadora, Bruno Ribeiro deu vida ao Pra Jantar. O exercício vocal traduzia uma complexidade magnífica, um ritmo excitante. Contudo, muitas das lágrimas das diversas gerações caíram no tema que se seguia, Era uma vez.  
A presença do amor interminável era fortalecido pela interpretação de Ana Margarida e Diogo Pinto, que relembravam os pequenos detalhes que edificavam a esplendida história de encantar.

A Selva possuí algo por desvendar, contudo ‘O Livro da Selva’ desafiou a descoberta de todos aqueles pequeninos grandes que residiam nas cadeiras da frente. Diogo Pinto transmitia algo incontrolável, como por exemplo, o fluir do corpo num ritmo de disposição e alegria.

A geração mais velha sorria esperando o que se seguia. A viagem pelo início da década de 90 começava agora. Os temas, Chim Chim Cher-ee e Supercalifragilisticexpialidocious apresentavam ‘Mary Poppins’, interpretados pelas quatro vozes, permitiram o reviver a uns e o conhecer de outros.

O pequeno intervalo decorria. A ansiedade permanecia na plateia, o que puderia prosseguir era a questão que se impunha.
Os jovens Clara e Rui, afirmaram que estavam a “adorar todo o espetáculo” mas, a nomeação do herói infantil não era a mesma. Rui elegia Mary Poppins e Clara , “a adorável Ariel”. A pequena Maria afirmava a Elsa como a sua princesa preferida, mas adorava todas as personagens da Disney e “as cantoras vestidas de branco e azul.”

Na plateia da frente a  jovem Joana Filipa chegava de viagem da Disneyland Paris e “não faria sentido não vir”. A mesma afirmou, “a organização é ótima (…) a distribuição das músicas transmitem um sentimento único.”
A mãe, que a acompanhava, estava bastante satisfeita e garantia, tanto como a filha, a presença no ano que está para vir.
A personagem eleita por ambas foi o Rei Leão, estavam desejosas de ver como seria interpretado.

No caso da Odete Barbosa, a sua paixão recaía sob ‘O Rei Leão’, ainda assim, a Pocahontas chegou ao seu coração, a interprete da canção elevou a magia. A mesma afirmou estar a gostar bastante e escolheu ir ao evento porque sempre gostou de todos os encantos da Disney, tinha uma grande curiosidade em saber como seria todo o espetáculo, sendo aconselhada por perspetivas bastante positivas.

Iniciava-se a segunda parte do espetáculo com a afinação dos instrumentos e a expetativa à flor da pele.

A viagem pelas ruas de Paris naquele pequeno ecrã mostravam o encanto de ‘O Corcunda de Notre Dame’. O poder da interpretação musical refletiu o desejo de uma continuidade ínfima.

Chegara o tão esperado , Já passou da Frozen – O Reino do Gelo. O clamor das vozes dos mais pequenos elevou-se. A felicidade de presenciar algo igualável percorria todo o público.

Seguia-se o ‘Aladino’ e ‘O Pirata das Caraíbas’ que apresentaram interpretações magníficas, desde os temas Nunca Tinha Visto um Amigo Assim, Um mundo ideal que retratam não só a paixão de Aladino como o Génio, a uma harmoniosa demostração assente na instrumental e na luz que nos levava a entrar naquele ecrã e a interrogar o impertinente Jack Sparrow.
Adoravelmente considerados os melhores temas atribuídos ao mais graúdos.

Assumindo a reta final do espetáculo, ‘O Rei Leão’ levou-nos a percorrer a Savanah da melhor forma possível. Os temas, Sem Fim, Eu Mal Posso Esperar Para Ser Rei e Esta Noite o Amor Chegou , levaram-me a percorrer anos de um infância onde apenas me preocupava com a possibilidade de decorar as músicas que mais gostava e como chegar a África para cantar com o Rei.

Para finalizar, Nuno de Sá orquestrou Small Word, no qual era notória a participação de toda a plateia. Aplausos e sorrisos inundaram a sala do coliseu.
Não havia momento que chegasse para agradecer e evidenciar o talento de todos aqueles que contribuíram para um espetáculo maravilhoso como aquele.

Aquela hora e meia fez muitos pequenos e pequenos grandes viver a experiência de relembrar e contribuir para uma infância sonhadora.

Todos os apaixonados pelas histórias de encantar poderão prosseguir a sua viagem até a Arena de Portimão no dia 10 de dezembro, pelas 21.30h ou ao Pavilhão Multiusos de Guimarães, no dia 18 de dezembro pelas 21.00h para poder acompanhar a Lisbon Film Orchestra.

Era uma vez, um espetáculo de Encantar que me fez (re)desejar ser a Pocahontas.